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Onu proíbe a mastigação da folha de coca
Por: Adital
Data: 05/03/2008


A congressista indígena, María Sumire de Conde, expressou ontem (4) seu mais enérgico rechaço ao pedido formulado por um organismo das Nações Unidas aos governos do Peru e da Bolívia de proibir a prática de mascar a folha de coca, bem como o uso industrial dessa planta.
A Junta Internacional da Fiscalização de Entorpecentes (Jife) da Onu faltou com respeito aos povos originários do Peru e da Bolívia que consomem a folha desde tempos imemoriais, disse a legisladora do Partido Nacionalista.
O organismo das Nações Unidas apresentou ontem (4), em Bogotá, seu relatório anual 2007 onde pede aos governos da Bolívia e Peru para que adotem medidas, sem demora, para abolir os usos da folha de coca, incluindo a prática de mascá-la. Para a Jife, a mastigação da folha de coca teria um impacto no aumento do uso de drogas, especialmente entre os jovens.
Em resposta a estas polêmicas observações do organismo da Onu, a congressista Sumire disse que se desconhece os costumes ancestrais das comunidades camponesas com relação ao uso da folha de coca para fins medicinais, em seus trabalhos agrícolas e em suas práticas cerimoniais. Disse que a utilização da folha de coca é anterior a qualquer distorção que se registra hoje na sociedade atual. Sobre o uso industrial, disse que no Peru e Bolívia, a folha de coca é usada amplamente como infusão e também na produção de pastas de dentes e com fins medicinais. Acrescentou que se se afirma que a folha induz ao vício também haveria de proibir a venda da uva ou da cana de açúcar, pois supostamente induziriam ao alcoolismo.
Para os povos originários, acrescentou, a coca é a folha sagrada e faz parte de sua identidade cultural. É usada nas cerimônias ancestrais, nos batismos e nos trabalhos agrícolas. Por isso, esse pedido da Jife merece nosso rechaço - concluiu.