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Governo rebate estudo e diz que país está no caminho certo no combate às drogas
Por: Lorenna Rodrigues da Folha Online
Data: 05/03/2008


O secretário nacional Anti-Drogas, Paulo Roberto Uchôa, rebateu pontos do relatório divulgado pela Jife (Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes) e disse que o país está no caminho certo no combate às drogas.
Uchôa criticou, por exemplo, a afirmação contida no relatório de que o Brasil é um importante produtor de cannabis (maconha).
A palavra importante nos estarreceu um pouco. Não consideramos o Brasil um produtor importante, se produz muito pouco, afirmou.
Ele refutou ainda a interpretação de que o consumo de cocaína no país é de 40 toneladas por ano, o que faria do Brasil o segundo maior consumidor mundial.
Somos o maior consumidor de Coca-Cola, de água mineral com gás. Mas esse dado de que o Brasil é o segundo em cocaína é bom que fique claro que existem vários países com o consumo maior do que o nosso, disse.
Outro questionamento de Uchôa foi em relação às críticas à nova lei anti-drogas no Brasil. De acordo com o relatório, ao diferenciar o tratamento do usuário e do traficante, a lei pode prejudicar a investigação e o julgamento das atividades ilícitas relacionadas a drogas e pode dar a entender à opinião pública que o governo está tratando o narcotráfico com mais indulgência.
Para Uchôa, o relatório tem que ser olhado de forma crítica já que os dados coletados com os países podem não ser confiáveis.
Muitos países não têm a menor noção de sua realidade epidemiológica. Quando se chega a comparações, sugiro cuidado com a interpretação porque se percebe juízos de valor equivocados, acusou.
Fronteira
O relatório aponta ainda que o Brasil é usado como rota do tráfico pelos três maiores produtores de cocaína do mundo --Colômbia, Bolívia e Peru-- que usam o país para levar a droga até a África e de lá para a Europa. Para Uchôa, só por milagre o país não seria usado como rota.
Temos consciência de que nenhum país do mundo faz fronteira com os três maiores produtores de cocaína do mundo. Só o Brasil tem esse privilégio, ironizou.
Em relação ao consumo de medicamentos --o país foi apontado como o maior consumidor de remédios para emagrecer-- Uchôa disse que o país já tomou providências e está criando um sistema de gerenciamento eletrônico de produtos controlados.
É um problema sério, mas que o Brasil está atento e trabalhando em cima, afirmou.