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PERIFERIA: PARA ALÉM DA VIOLÊNCIA
Ano 3 - Nº 9
Maio de 2008
Publicação Virtual de KOINONIA (ISSN 1981-1810)
_Dicas Bibliográficas
 
Publicações incorporadas ao acervo de KOINONIA, recomendadas e disponíveis para consulta no setor de documentação. Saiba mais

CRUZ, Mauri José Vieira. O mapa das desigualdades: uma reflexão sobre os conflitos e as alternativas na Região Sul do Brasil. Rio de Janeiro: PAD – Processo de Articulação e Diálogo, 2008. 35 p.
O mapa das desigualdades apresenta várias situações de violações de direitos, em especial aquelas produzidas pelo modelo de desenvolvimento capitalista atual. Apresenta uma reflexão sobre conflitos e as alternativas que estão sendo gestadas na base da sociedade através da intervenção dos movimentos sociais e suas entidades de apoio.

FRY, Peter. A persistência da raça: ensaios antropológicos sobre o Brasil e a África austral. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. 348 p.
Em A Persistência da Raça, além de interpretar os dois modelos de colonialismo adotados no Brasil - e suas seqüelas -, Fry fala da dor e da delícia de ser brasileiro, focalizando um dos temas mais candentes do mundo moderno: o racismo persistente. No livro estão reunidos onze ensaios sobre o tema - alguns esgotados em suas versões originais -, questionando dogmas, ortodoxias e verdades estabelecidas. Polêmico, mas não menos verdadeiro, o antropólogo recusa a idéia da "democracia racial" e não aprova o sistema de cotas para negros nas universidades. "As cotas introduziram pela primeira vez desde a declaração da republica a "raça" como figura jurídica", revela. Em seu lugar, ele propõe conceder essa dita "democracia" como um mito no sentido antropológico do termo, um ideal e uma maneira de pensar a sociedade em que a ascendência ou a aparência deveriam ser irrelevantes para a distribuição de direitos civis e de bens públicos.
Dividido em duas partes, uma se lê a partir da África e reúne capítulos sobre as políticas coloniais portuguesa e britânica, o surgimento do segregacionismo inglês e a presença perturbadora do pensamento racializado autodepreciativo em uma pequena cidade de Moçambique. A outra parte se lê do Brasil, e focaliza as mudanças na "política racial", as implicações da adoção de uma taxonomia bipolar pelo Estado, o caso da "Cinderela Negra", a associação entre raça e programas de saúde, o debate sobre as cotas raciais e as implicações do critério de pobreza para a definição de quem pode pleiteá-las.
No melhor estilo dos heróis fundadores da antropologia clássica, somos levados a olhar para as diferenças e, assim fazendo, duvidar da naturalidade com que a idéia de "raça" persiste com novas roupagens. A Persistência da Raça é uma contribuição fundamental para a antropologia contemporânea e para o debate sobre políticas de combate ao racismo hoje no Brasil. Leitura obrigatória, pelas certezas que questiona, as perplexidades que acende, os caminhos que mapeia.

CEDEFES – Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva. Comunidades quilombolas de Minas Gerais do século XXI: história e resistência. Minas Gerais: CEDEFES – Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva, 2008. 391 p. (Inclui CD: Comunidades quilombolas de Minas Gerais)
Perseguidos, condenados, escondidos – essa foi a vida dos negros em nosso país. Para escaparem da escravidão e da marginalização subseqüente, sofridas ao longo de cinco séculos, os negros do Brasil buscaram locais e formas próprias de sobrevivência, em uma sociedade em que quase tudo lhes era negado. Construíram – antes e depois da Lei Áurea – comunidades próprias onde viveram e, até hoje, vivem e reproduzem suas famílias, seus modos de ser e de fazer, além da religiosidade, da arte e da cultura que secularmente foram criando, recriando e passando às novas gerações.
Com a Constituição de 1988, essas comunidades obtiveram o reconhecimento de seus direitos sobre o seu território e a sua cultura. Somente a partir desse momento os quilombolas começaram a sair da “invisibilidade” social a que foram relegados nesses 500 anos.
Este livro é uma fonte básica de consulta para todos aqueles que querem conhecer o que foi e o que ainda representa essa extraordinária luta pela vida, pela dignidade, pela terra e pela alegria dos quilombolas em Minas Gerais.