Rio de Janeiro: ato pela memória

Manoela Vianna com informações de Anivaldo Padilha e Jorge Atilio Iulianelli

Organizações da sociedade civil, religiosos e movimentos sociais promoverão na próxima sexta, 2 de novembro, um Ato Ecumênico e Inter-Religioso em Memória dos Mortos e Desaparecidos. A homenagem acontecerá no Memorial às Vitimas do Regime Militar, no Cemitério Ricardo de Albuquerque, Rio de Janeiro.  O memorial foi criado pelo Grupo Tortura Nunca Mais, já que o local abrigou uma vala com as ossadas de 14 militantes, durante a ditadura militar, misturadas com os restos mortais de cerca de 2.000 indigentes.

 
A iniciativa do ato ecumênico tem o sentido de recordar e homenagear as vítimas da ditadura civil e militar brasileira. Em especial lembrar daqueles que foram presos, torturados, assassinados e cujos corpos nunca foram entregues aos familiares para que tivessem sepultamento condigno. 
 
O grupo de organizações promotoras busca reforçar o desejo da Comissão da Verdade, da Comissão de Mortos e Desaparecidos e de todas as outras iniciativas que ocorrem nas diversas regiões do Brasil nos permitam o acesso às informações que foram sonegadas nesses anos bem como a justa responsabilização das pessoas que cometeram tão terríveis crimes contra a humanidade. Ainda hoje não se sabe o paradeiro de muitos dos que foram perseguidos, presos, torturados e “desaparecidos”. Há indícios de que alguns foram jogados no alto mar, outros incinerados em fornos de usinas de açúcar, no Rio de Janeiro, e ainda outros simplesmente enterrados anonimamente como indigentes em covas rasas em cemitérios de periferia. 
 
Graças à determinação e empenho daqueles que assumiram tamanho risco e enfrentaram corajosamente o terror, a tortura e a morte, a ditadura chegou ao fim no Brasil. Hoje podemos vislumbrar um novo tempo de democracia, no qual os Direitos Humanos precisam ser reconquistados e respeitados. 
 
Mas a versão atualizada da tortura e do extermínio continua a afligir especialmente os mais fragilizados da nossa sociedade. O Brasil ainda ostenta recordes de assassinato de jovens e adolescentes que são sumariamente eliminados por hediondos esquadrões da morte, autointitulados justiceiros.  Assim, ainda há muito a fazer. As organizações promotoras do ato acreditam que defender os Direitos Humanos é defender o nosso direito de viver em paz e justiça juntamente com aqueles a quem amamos e a quem devemos respeitar.
 
Promovem o ato o Grupo Tortura Nunca Mais, Comissão da Verdade da Alerj, Rede Fale, Rede Ecumênica da Juventude (Reju), Movimento de Mães de Acari, Movimento de Mães da Candelária, Movimento Moleque, Associação Beneficente de Direitos Humanos Bnai Brith – RJ, Rede Contra a Violência, Cheifa, Iser, Iser Assessoria, Ofarere Movimento Afro Religioso, Budista Primordial, IEAB, IECLB, IPU, Aliança dos Batistas do Brasil, Pastoral do Meio Ambiente ICAR-RJ e KOINONIA Presença Ecumênica e Serviço. A celebração também conta com o apoio do Conic, Comissão Nacional da Verdade e do Comitê Paulista Pela Memória, Verdade e Justiça. O Comitê e outros grupos como a Comissão da Verdade Vladimir Herzog também promoverão um Ato Ecumênico no Cemitério de Vila Formosa em São Paulo.   
Ato Ecumênico e Inter-Religioso em Memória dos Mortos e Desaparecidos
 
Quando: 2 de novembro, sexta-feira, às 10h, após a missa. 
Onde: Memorial às Vitimas do Regime Militar. Cemitério Ricardo de Albuquerque: Estrada Marechal Alencastro, 1743 – Ricardo de Albuquerque Rio de Janeiro – RJ
 

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