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GÊNERO: DA DESIGUALDADE À EMANCIPAÇÃO?
Ano 3 - Nº 8
Abril de 2008
Publicação Virtual de KOINONIA (ISSN 1981-1810)
_Página de KOINONIA
 


“Um dia vivi a ilusão de que ser homem bastaria.
Que o mundo masculino tudo me daria
Do que eu quisesse ter
Que nada, minha porção mulher que até então se resguardara
É a porção melhor que trago em mim agora
É o que me faz viver
Quem dera pudesse todo homem compreender, ó mãe, quem dera
Ser o verão no apogeu da primavera
E só por ela ser
Quem sabe o super-homem venha nos restituir a glória
Mudando como um Deus o curso da história
Por causa da mulher”
Super-homem, a canção - Gilberto Gil

Essa porção mulher de que fala Gilberto Gil, tráz ao homem a VIDA, o pulsar, a emoção. Dá à razão a medida certa: a de uma inteligência emocional. E, que mulher é essa que faz com que a força dos sentimentos que desperta no homem o faça mudar as ordens do pai e alterar o proibido: o curso da história?

Que história é essa que precisa ser mudada? Que necessidade há nestes homens e mulheres que precisam ser transformados?  Onde está o ponto de equilíbrio entre homens e mulheres para que possam se sentire plenos, realizados e felizes?

Vivemos um momento da história em que a razão está se mesclando à emoção. A docilidade se mesclando à brutalidade. A vontade de mudar se mesclando à vontade de se deixar ser mudado. A vontade de querer dar conta de tudo e de todos, com perfeição. E nem sempre o outro é perfeito.

Vivemos um tempo de parar e refletir... Da necessidade de ser por inteiro, nunca pela metade. É a vontade de ser homem e mulher, masculino e feminino.

Hoje estamos chegando ao ponto do equilíbrio, as mudanças não nos exigem os antigos parâmetros, mas apenas a aceitação da nossa essência diferenciada, de homens e mulheres.

Atentar para o simples fato de mulheres e homens serem diferentes não apenas quanto à natureza, mas também quanto ao seu desempenho social, é o primeiro passo no difícil caminho que deve ser percorrido para garantir os direitos de cidadania.

Declarar que os seres humanos possuem direitos não basta para que eles os desfrutem na vida cotidiana; é necessário a aplicação desses direitos, que pressupõem  grandes mudanças de mentalidade, legislações de apoio e de defesa.

Estamos em processo de deslocamento dos valores mais tradicionais sobre o ser homem e o ser mulher na sociedade. É preciso estar atento às mudanças, que não menosprezam ou inferiorizam homens ou mulheres, muito pelo contrário, auxiliam em um processo de crescimento e aprendizagem.

Um novo homem e uma nova mulher, uma reconceituação das análises das relações de gênero poderá viabilizar uma melhoria na qualidade das relações entre homens e mulheres com respeito e dignidade. Enxergando no outro a completude, a cumplicidade e a eqüidade de gênero.