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“RELIGIÃO E VIOLÊNCIA”
Ano 6 - Nº 25
Agosto de 2011
Publicação Virtual de KOINONIA (ISSN 1981-1810)
_Artigos
 
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“Violência e Cultura”
“A violência em suas várias formas físicas e culturais sempre esteve presente na história humana. Um olhar retrospectivo sobre a história da humanidade nos mostrará que, permeando os principais eventos que mudaram as feições políticas e culturais do nosso mundo, estavam, as marcas da violência. Atualmente, através dos meios de comunicação, a violência tem se transformado em estratégia de Ibope em noticiários e filmes. Uma rápida memória da última década nos mostrará uma grande profusão de imagens violentas se sucedendo diante de nossos olhos à semelhança de um vídeo-clipe: as guerras, atentados terroristas, os arrastões, as chacinas no Brasil e as cenas de pancadaria em bailes funk e estádios de futebol. Tudo isso sem contar a própria violência institucionalizada das polícias, dos exterminadores de plantão e da exclusão dos benefícios do desenvolvimento sofrida por milhares de seres humanos...”
“Violência, mídia e religião”
“Quando gente de igreja se queixa da violência, principalmente quando se vêem vítimas da violência urbana, não se dão conta de que nós mesmos, historicamente, somos “fiéis” e incansáveis promotores desse espírito de violência. Basta, para isso, ler criticamente a nossa literatura religiosa, ou atentar para as letras dos nossos hinos beligerantes, ou os sermões agressivos dos líderes religiosos. É esse caldo cultural que banha a nossa fé. É esse substrato cultural que perpetua uma fé de força e de violência. Tendo consciência disso, não podemos em nome da fé, comba¬ter a violência, posto que combater, por si só, já seria um ato de violência. Há que se buscar outras formas de resistência...”
Novos grupos católicos exclusivistas e a violência simbólica: Rastros de reflexão
“Cada vez mais grupos religiosos cristãos têm capitaneado, em seus discursos, mentalidades, teologias e práticas de temáticas religiosas/simbólicas que operam conceitos como “conquista”, “batalha”, “posse”, “território”, “domínio”, “verdade”, a partir de uma concepção de fundo dualista e maniqueísta, que percebe a história – em seus diversos sentidos - como sendo definida por lutas urânicas entre Deus e o Diabo, entre verdade e mentira, bem e mal. Em determinados grupos católicos esta batalha tem se estendido ao interior da própria Igreja, em que grupos religiosos católicos interpretam que a Igreja Católica, em seu interior, é afetada por uma grande batalha, pois que o Diabo também estaria se servindo de certas tendências teológicas para enfraquecer ou tentar destruir a “barca de Pedro”. Outrossim, certos grupos – ou, ao menos, certos integrantes desses grupos – manifestariam, igualmente, suspeita, desconfiança ou rejeição a outras Igrejas cristãs – e, mais ainda, a religiões não cristãs – interpretadas como perigosos desvios da verdadeira fé cristã, entendida como monopólio católico romano. O presente artigo apresenta breves recortes destas mentalidades”
Monoteísmo e violência
“Uma das páginas importantes a respeito da discussão sobre o monoteísmo como “saída” da religião é a da relação entre monoteísmo e violência. Meu interesse é refletir sobre alguns aspectos desta relação, especialmente com a reflexão sobre o papel do símbolo. Parto do princípio de que há uma simbologia com forte potencial de violência no monoteísmo. Naturalmente, o leitor não deve entender esta reflexão como uma visão absoluta do autor, como se este restringisse o monoteísmo à violência. Minha questão é oriunda de outra perspectiva: na tradição e na simbologia do monoteísmo há elementos fortíssimos de violência, algo que deve ser estudado e refletido cuidadosamente por todos que têm um vínculo com a fé”
Mundo, violência e Capeta Capital: homofobia e insanidade de um norueguês
“O mundo do medo e o medo do mundo se sobrepõem para além de um simples jogo de palavras. A mundialização do capital – ou do Cap(e)tal, como diz Gentileza, o profeta – faz com que os fluxos do sociometabolismo do capital controle mentes e corpos, sustente novas formas de reificação e nos faça ficar reféns de uma lógica em que o consumir se sobrepôs ao produzir. Ao fim e ao cabo, somos todos dispositivos dos mecanismos e engrenagens, os moinhos de gente – como dizia Darcy Ribeiro – que violentam nossa mente e corpo. A mesma lógica que rege as reações conservadoras contra a PL 122 é aquela que anima a insanidade Anders Bhering Breivik? Talvez seja demasiado atribuir a mesma lógica e insanidade a ambos, porém, certamente, o temor à diferença é algo que está num limite que os assemelha, senão os unifica”